O "Kosta", nome que lhe fomos chamando desde que chegou (uma espécie de diminuitivo do seu próprio nome: Konstantin, adaptado à lÃngua portuguesa) chegou a Portugal por volta do ano 2001. Originário do Cazaquistão, um paÃs quase desconhecido da maioria dos Portugueses, o "Kosta", é vulgarmente confundido como sendo ucraniano. Longe disso. O PaÃs dele é um território situado no centro da Ã�sia e é uma grande extensão de regiões desérticas ricas em minérios, estima-se que possua no mar Cáspio uma das maiores reservas de petróleo ainda inexploradas do planeta. A sua população é um misto de cazaques e russos e a principal religião é o islamismo (maioria sunita). Os cazaques, descendem de tribos nômadas de origem turca e religião muçulmana, que, no século XVII, pediram protecção ao czar russo diante de uma ameaça de invasão mongol. Os russos, por sua vez, são provenientes da dominação russa sobre o paÃs, que se torna independente muitos anos depois. A pátria do "kosta" como ele próprio diz no seu português preguiçoso, é "...como uma mulher que todos fodem, e a quem deixam uma esmola no fim...", não obstante, ele adora o seu paÃs e sempre que falamos no assunto, a discussão fica realmente acessa, com ele a defender a sua dama e eu a minha, sim... porque o "kosta" aquando destas trocas de galhardetes, acusa sempre Portugal de ser um PaÃs de antepassados negros, de "assassinos" (referindo-se à escravatura e à colonização) e de "estúpidos" (não soubemos gerir as fortunas que "roubávamos" a Africa). O "Kosta", como já entenderam, (apesar de não ser nenhum neurocirurgião ou fÃsico reputado, tal como muitos emigrantes de Leste no nosso paÃs afirmam ser), é um humilde e simples Ser, mas também um Homem extremamente culto e inteligente. O Futuro quis que ele voasse de Almata (cazaquistão) para Berlim, apanha-se um táxi até Madrid e posteriormente um autocarro até lisboa. Entre alguns precalços e aventuras veio parar a Arouca e à porta do Celeiro, pedindo emprego. Ficou. E a familia ganhou mais um membro. Sim, literalmente. O "kosta" viveu em nossa casa até há muito pouco tempo, dormiu, comeu, sorriu, conversou, chorou...viveu..., estave presente em todas as festas familiares, como verdadeiro membro da familia que é, até este Natal, altura em que conseguiu trazer para junto dele a sua companheira e a sua filha. Lembro com nostalgia, o Ãnicio, as dificuldades de comunicação, a comida portuguesa que ele teimava em não gostar, as discussões sobre históriam e sobre polÃtica. É o "Kosta", para quem não conhecia, o irmão mais velho, mas, que chegou mais tarde!
Esta entrada foi escrita em terça-feira, janeiro 03, 2006 pelas 11:59